sábado, 6 de agosto de 2011

(Des)amores

Ele disse: "Amo-te!".

E ela acreditou. Julgou aquele ser o último homem da sua vida, o fim da sua busca, o sentido e o norte que amiúde lhe faltavam.
Àquele amor sem tempo, sem lugar e sem limites, que avançava quando tudo ameaçava parar e ruir, ela entregou-se, agarrando-o como um ramo a uma árvore.

Naquele tempo, desconhecia tudo ser modificável. Não sabia poder a dor de amar demais transformá-la em fragmentos estilhaçados de um ser, ser possível sentir-se perdida dentro de si mesma, imaginar-se só depois de ter sido parte de um todo.

Recorda-se, agora, dos abraços apertados, dos sussurros partilhados, das viagens sem princípio nem fim.

Ela disse-me: "O amor pode ser grandioso. E devastador. Nunca te percas a ti mesma.".


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