quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Navegar, navegar


Queria navegar sem bússola e sem amarras. Ao sabor da corrente, dos ventos e marés. Pelo menos mais vezes do que as que permito a mim mesma.
Aprendi a acreditar que essas viagens – alucinadas, incontidas, desmedidas e incertas – conseguem elevar-me acima de mim e do mundo, iluminam-me o olhar e o sorriso e conduzem-me a destinos inimagináveis.

No resto do tempo, a planificação toma conta de mim, impondo-me posturas sem margem para erros ou segundas avaliações, “fugas em frente” sem tempo para hesitações.

Mais não sou que pedacinhos partidos e colados dentro de uma vida de escolhas difíceis e desestruturantes. Equilibro-me no “fio da navalha” e isso dá-me uma lucidez especialmente pungente sobre a fragilidade e sobre a autenticidade dos afectos.

Apesar de tudo continuo por aqui, à espera que a espera não seja em vão.

 

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