Com o passar dos anos tenho-me vindo a tornar menos paciente, mais irascível, não amarga, mas um todo-nada intolerante.
Mais autêntica em alguns casos, demasiado exigente noutros, mau-feitio em muitos deles.
Verdade seja dita, mandar (ainda que não expressamente, mas de forma implícita inequívoca) pessoas para sítios impronunciáveis, por agora (porque ainda se impõe algum recato), tornou-se cada vez mais frequente.
A vida não me deu segundas oportunidades para poder ser re-educada, por que raio havia de as dar a quem se cruza comigo?
Se por acaso me tratam como se fosse invisível, ou como se tivessem que descer de um pedestal para me dirigir duas palavras, ou como se julgassem me conhecer melhor que a mim mesma, ou ainda como se tivesse acabado de aterrar na nave-mãe vinda de um planeta com valores, princípios e expectativas, santa paciência, que vão "bardamerda" (ups e disse:)).
Inabilidade minha para criar um "redondo vocábulo".
Pensei ser imune a maledicências, a deslealdades e às insignificâncias que pautam a vida. Puro engano meu.
Assumindo a condição humana, em toda a sua plenitude, para o bem e para o mal, ponho-me a jeito para tudo me acontecer, mas não para tudo aturar, certo?
LIMITES
ResponderEliminarHá uma linha de Verlaine que não voltarei a recordar,
Há uma rua próxima que esta vedada aos meus passos,
Há uma porta que fechei ate ao fim do mundo.
Entre os livros da minha biblioteca (que estou vendo)
Há um que nunca mais abrirei.
(Jorge Luis Borges)
Serve o intróito, recorrendo a Borges, para recordar a transitoriedade da existência, pelo que a vida de cada um exige opções. Os critérios são pessoais, o arbítrio subjectivo impera, por isso tens pleno direito, legal, ético e moral, de escolher os amigos, os adversários. Quanto mais experientes ficamos, menos interessa a popularidade que possamos ter. Mas, creio que a necessidade da explicação resulta de alguma mal-estar, de uma necessidade de afogar uma dúvida, de submergi-la. Ela reside no que estamos dia-a-dia a perguntar-nos: agi bem, agi de forma que exigiria que os outros agissem em relação a mim? Enfim, o assunto é complexo, mas simplificando-o, a síntese é simples: cada pessoa escolhe o seu caminho! bjs